segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Ensinando a Participar? Não! Aprendendo e Participando Juntos


No último sábado, 17 de Agosto, o VOZ realizou sua primeira atividade efetiva de campo, na Vila Nova Esperança, que faz parte da Subprefeitura do Butantã, por assim dizer. Isso se dá, porque os moradores da comunidade Nova Esperança se encontram, involutariamente, em uma disputa por territórios. Ora se diz que fazem parte de Taboão da Serra, ora se diz que fazem parte do Butantã. Nessa luta institucional burocrática, os moradores aguardam serviços básicos como luz e coleta de lixo. Isso sem falar em outras funcionalidades como asfalto e transporte público.
Apesar desses problemas, o pessoal do Nova Esperança não se faz de rogado e não se dá por vencido. Na visita de sábado se pôde notar, que como o próprio nome da comunidade diz, eles estão cheios de esperança, mas cheios de garra também.
A reunião teve a presença de mais ou menos 25 pessoas da comunidade, o que, para uma manhã fria e chuvosa de sábado, é um grande sucesso. O encontro se deu na sede da Associação da comunidade, que é um espaço que convida os moradores a participar.
O assunto da conversa se deu em torno da explanação do que se trata a eleição dos Conselheiros Municipais das Subprefeituras da Cidade de São Paulo, de como o processo vai funcionar, de como eles podem se candidatar e votar. Mas além disso, o bate papo girou em torno da importância da participação deles no conselho e de passar a ideia de que todos ali podem se candidatar e tentar ser um agente na tentativa de transformacao social do espaço em que vivem.
Muito embora o grupo VOZ estava lá para sensibilizar sobre a importância da atividade política e o quão crucial é adentrar esse espaço institucional de participação, a troca de saberes foi um dos pontos marcantes desse encontro.
Os moradores do Nova Esperança deram uma aula de democracia e enfatizaram que eles gostariam sim de batalhar pelos seus direitos e por melhorias nas suas condições de vida e moradia, mas deixaram claro que a luta é pela construção de uma cidade melhor para todos, ou seja, sem distinção de classe, cor, gênero ou credo. Eles mostraram que estão dispostos a dialogar com todos os setores e que uma sociedade melhor e mais justa somente é construída por meio  da diversidade e a aceitação do outro como seu próximo, ou como eles dizem, como seu vizinho.
Essa primeira visita foi um marco, tanto pela significativa presença de moradores, bem como pela riqueza do debate. E mais ainda para que se enxergue com mais clareza o tamanho da necessidade que os espaços de teorização possuem de dialogar na comunidade e com ela. 
Concluímos que nessa primeira atividade o aprendizado foi maior da nossa parte que da deles. Esperamos em breve divulgar a data e local da proxima açao e mais ainda, participar dela. 
Algumas fotos do encontro você vê aqui:






quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Metodologia de Exposição VOZ

VOZ - Grupo de Incentivo à Participação Política

Metodologia de Exposição


Conteúdo da Exposição

1.      Apresentação do conceito de participação política na democracia dentro de um contexto histórico, a partir da Constituição Federal de 1988;
2.      Histórico das Políticas de Participação na Cidade de São Paulo de 1989 a atualidade, com foco no Conselho Participativo nas Subprefeituras e na dinâmica de poder dentro do município;
3.      Definição da importância do conselheiro, seus respectivos deveres, direitos e resultados esperados;
4.      Exposição do mecanismo de eleição dos conselheiros, e riscos de cooptação da participação.

Material base:
·         Artigo: Perfil Comparativo Das Políticas Públicas De Descentralização E Participação Popular Na Administração Da Cidade De São Paulo (1989-2009) - www.fipen.edu.br/fipen/revistahermes/edicoes/revista7/artigo_Lima_Desenzi.pdf
·         Site: Conselho Participativo Municipal – www.conselhoparticipativo.prefeitura.sp.gov.br
·         Decreto n.º54.456 de 1º de agosto de 2013 – www.imprensaoficial.com.br

Método da Exposição
1.       O tempo de apresentação será de 2h00 no máximo, com teto de 1h00 para exposição oral pelo grupo e teto de 1h00 para discussão. Não haverá linha divisória entre os dois trechos da exposição, sendo intercaladas durante a apresentação;
2.       O grupo de exposição será composto de no mínimo três e no máximo cinco pessoas por visita;
3.       O formato será expositivo estimulando o diálogo com a comunidade. As apresentações utilizarão linguagem de fácil entendimento com vistas a estimular a contribuições dos participantes, a apresentação será feita oralmente com o auxílio de material impresso ilustrativo;
4.       No contato inicial com a comunidade será verificada uma demanda comum da comunidade, observando o caráter prioritário e de interesse coletivo desta, de forma a ser usado na problematização da apresentação no incentivo à participação no Conselho;
5.       Serão distribuídos, durante as apresentações, material de Publicidade do Conselho Participativo Municipal produzido pela Prefeitura, contendo o modo de inscrição, locais, número de candidatos, data para inscrição e eleição;
6.       A exposição será norteada pela idéia de estímulo à participação específica no Conselho Participativo Municipal, de forma a demonstrar que a não participação destes mantém suas demandas sub-representadas frente ao município, e ademais, que outros membros da sociedade que não vêem suas demandas como problemas vão participar em seu lugar;
7.       As apresentações serão gravadas (áudio) em mídia digital;
8.       Todas as intervenções realizadas terão seus arquivos de áudio e relatórios dispostos na página do grupo no Facebook.

Critérios de Seleção e Contato com as Comunidades
1.      Fica definido que as comunidades a serem visitas serão selecionadas através de dois critérios somados: (i) Quanto à periferia geográfica em relação ao centro da cidade de São Paulo; (ii) Quanto aos indicadores do IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano) 2007 do Município de São Paulo;
2.      Com base no cadastro de lideranças será agendado via telefone o local e dia do encontro. Tentaremos agendar na Subprefeitura da referida comunidade com intuído de gerar um sentido de empoderamento, porem será verificado quanto ao critério de distância e custo do transporte com a referida liderança a possibilidade. O encontro será agendado preferencialmente aos sábados, em local e horário a serem definidos em comum acordo com a liderança;

Cronograma
1.      Fica definido que o primeiro evento piloto será realizado no próximo sábado (17/08) em comunidade a ser escolhida durante esta semana, a partir dos membros já participantes. A estrutura será disposta para contribuição online pelos membros da FESPSP. De posse das contribuições a metodologia final do projeto será discutida e fechada até terça-feira (20/08);

Definições Gerais

1.      O VOZ tem por cerne desta ação ser um multiplicador da capacitação política e conscientização da importância da participação no Conselho Participativo Municipal. Todo o material produzido bem como as experiências a partir deste serão de conhecimento, acesso e uso público, de forma a serem apropriados e utilizados por demais associações, grupos, lideranças ou demais entidades relacionadas que tenham como fim as diretrizes disposta em nossa carta de princípios quanto ao incentivo à participação política das camadas sociais mais periféricas e sub- representadas quanto às suas demandas

Ata da Primeira Reunião Deliberativa que aconteceu na FESPSP em 10 de Agosto


Ata da 1ª Reunião Deliberativa do VOZ – Grupo de Trabalho de Incentivo à Participação Política

Aos dez dias do mês de agosto de 2013, nesta cidade, à Rua General Jardim, 522, nas instalações da FESPSP – Fundação Escola de Sociologia e Política, foi realizada a 1ª Reunião Deliberativa do VOZ – Grupo de Trabalho da Promoção da Participação Política. A reunião contou com a participação dos membros Alessandra Felix de Almeida, Gabriel e Thiago Desenzi. Os trabalhos foram iniciados seguindo a pauta prevista: 1)Definição do nome do grupo de trabalho; 2) Definição da estrutura teórica de apresentação às Comunidades referente ao Conselho Participativo da Cidade de São Paulo; 3) Definição da estrutura prática da referida apresentação; 4) Definição do modo de colaboração via internet e 5) Demais pautas quanto ao modelo de ação do grupo.
Na ocasião e seguindo a pauta prevista ficou estabelecido:
1)    Nome/Marca do grupo de trabalho:
Em discussão quanto a idéia do Grupo de Trabalho ficou definido que o grupo será intitulado como “VOZ”, devido a conotação de vós com referencia ao outro e voz quanto a representação política.
2)    Estrutura teórica - apresentações:
a.     Conceito de participação política, seguindo uma linguagem simples e lúdica, de modo a aproximar o público alvo do tema “Participação Política” com exemplos práticos de sua própria vivencia. Uma vez apresentado o “conceito” participação democrática, seguiremos para a conceituação de participação política;
b.     Histórico das Políticas de Participação na Cidade de São Paulo de 1989 a atualidade, com foco no Conselho Participativo nas Subprefeituras e na dinâmica de poder dentro do município;
c.     Definição da importância do conselheiro, seus respectivos deveres, direitos e resultados esperados; e
d.     Exposição do mecanismo de eleição dos conselheiros, e riscos de cooptação da participação.
3)    Estrutura prática – apresentações:
a.     O tempo de apresentação será de 2:00 no máximo, com teto de 1:00h para exposição oral pelo grupo e teto de 1:00 h para discussão;
b.     O grupo de intervenção será de no mínimo três e no máximo cinco pessoas por visita.
c.     Serão convidados todos os membros da referida comunidade em visita, não haverá numero máximo de participantes;
d.     Fica definido que as comunidades a serem visitas serão selecionadas através de dois critérios somados: (i) Quanto a periferia geográfica em relação ao centro da cidade de São Paulo; (ii) Quanto aos indicadores do IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano) 2013 do Município de São Paulo;
e.     O Formato será expositivo estimulando o diálogo com a comunidade. As apresentações utilizarão linguagem de fácil entendimento com vistas a estimular a contribuições dos participantes, apresentação será feita oralmente com o auxilio de material impresso ilustrativo;
f.      Serão distribuídos durante as apresentações material de Publicidade do Conselho Participativo Municipal produzido pela Prefeitura, contendo o modo de inscrição, locais, número de candidatos, data para inscrição e eleição
g.     A exposição será norteada pela idéia de estimulo à participação específica no Conselho Participativo Municipal, de forma a demonstrar que a não participação destes mantém suas demandas sub-representadas frente ao município, e ademais, que outros membros da sociedade que não vêem suas demandas como problemas vão participar em seu lugar;
h.     Com base no cadastro de lideranças será agendado via telefone o local e dia do encontro. Tentaremos agendar na Subprefeitura da referida comunidade com intuído de gerar um sentido de empoderamento, porem será verificado quanto ao critério de distância e custo do transporte com a referida liderança a possibilidade. O encontro será agendado preferencialmente aos sábados, em local e horário a ser definido em comum acordo com a liderança;
i.      As apresentações serão gravadas (áudio) em mídia digital;
j.      Fica definido que o primeiro evento piloto será realizado no próximo sábado (17/08) em comunidade a ser escolhida durante está semana, a partir dos membros já participantes. A estrutura será disposta para contribuição on line pelos membros da Fespsp. De posse das contribuições a metodologia final do projeto discutida e fechada até segunda-feira (19/08);
4)    Definição do modo de colaboração via internet:
a.     Fica estipulado que com o intuito de estimular a participação dos membros da FESPSP no processo, e buscar uma maior contribuição de idéias para a metodologia de ação e estrutura do grupo, o texto da metodologia será enviado via email em lista de comunicação, e terá aberto o prazo para contribuições via email na segunda-feira (12/08) com encerramento na quinta-feira (15/08).
b.     As contribuições via email serão debatidas pelo grupo e somadas ao texto original, gerando assim o texto final de ação, que também será composto das observações após a apresentação piloto para finalizar o material, com data máxima de segunda-feira (19/08). O material será veiculado aos demais parceiros no sentido de multiplicar a experiência de Incentivo à Participação nas Eleições do Conselho.
5)    Demais pautas quanto ao modelo de ação do grupo:
a.     Fica definido que será elaborada uma pagina no Facebook para hospedar as informações do Grupo, e nesta serão dispostos todos os materiais produzidos pelo grupo, bem como será utilizada de forma a ampliar o acesso e a participação neste referido grupo. A data prevista para o lançamento da página é segunda-feira (12/08).
b.     A partir dos contatos dos membros da FESPSP e demais parceiros do Grupo, será criado um banco de dados das comunidades mapeadas, composto de suas respectivas lideranças e contatos;
c.     No contato inicial com a comunidade será verificado uma demanda comum da comunidade, observando o caráter prioritário e de interesse coletivo desta, de forma a ser usado na problematização da apresentação no incentivo à participação no conselho;
d.     Fica condicionado como intenção do Grupo em um segundo momento de maturação, já com uma estrutura mais sólida, fazer debates sobre as demandas gerais da comunidade, a fim de construir um banco de dados dos problemas comunitários e verificar a possibilidade de inclusão destas nas demais esferas de participação política em âmbito municipal, estadual ou federal. Ademais, fica condicionada a intenção de poder se tornar um assessor dos conselheiros com metodologia de acompanhamento quanto a demandas e estruturação política destes;
e.     O grupo tem por cerne de ação ser um multiplicador da capacitação política e conscientização da importância da participação no Conselho Participativo Municipal em primeiro momento, e das demais esferas de participação política em um segundo momento. Todo o material produzido bem como as experiências a partir deste serão de conhecimento, acesso e uso público, de forma a serem apropriados e utilizados por demais associações, grupos, lideranças ou demais entidades relacionadas que tenham como fim as diretrizes disposta em nossa carta de princípios quanto ao incentivo à participação política das camadas sociais mais periféricas e sub- representadas quanto às suas demandas.


São Paulo, 10 de agosto de 2013.



Alessandra Felix de Almeida, membro.
Gabriel Nogueira, membro.
Thiago Henrique Desenzi, membro.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Grupo Voz- Carta de Princípios e Diretrizes Iniciais


Carta de Princípios

O VOZ é um grupo aberto de cunho autônomo e apartidário. A meta do grupo é a divulgação, difusão e multiplicação de informações e da capacitação política com foco nas camadas sociais sub-representadas e menos favorecidas economicamente, quanto à participação em espaços institucionais de participação política, na modalidade Conselho.

Diretrizes das ações iniciais do grupo

No dia 8 de dezembro de 2013, 1.125 conselheiros serão eleitos pela população para representar as 32 subprefeituras da cidade de São Paulo. O Conselho representa um marco dentro do movimento de fomento à participação da sociedade paulistana junto às esferas de decisão do poder municipal. Entretanto as estruturas de poder estabelecidas no município tendem a uma manutenção do poder através de movimentos de usurpação da capacidade de representação conferida pelo Conselho, aqui entendidos como possíveis primariamente pela influência dos poderes hegemônicos na composição deste Conselho. Entendemos aqui poder hegemônico no âmbito municipal relacionado aos poderes já amplamente representados nas demandas municipais e demais poderes influenciados por atores políticos com interesses locais. Desta forma este projeto se propõe a dispor de um grupo “capacitador” que possa atuar junto às comunidades historicamente excluídas das esferas de representação municipal, levando a estes indivíduos informações acerca do processo de eleição, bem como formação política em nível básico para o “empoderamento” destes quanto à suas possibilidades de eleição nesta nova estrutura de representação.  Entendemos por fundamental tal dinâmica, visto a intenção da real descentralização do poder no município, no sentido de atender as parcelas sociais marginalizadas e que não contam com o direito de usufruir a cidade. Tal movimento é necessário visto o objetivo de legitimidade do conselho junto às demandas populares, no sentido de conferir legitimidade através de um real senso de empoderamento da sociedade.